Simone Pondé Vassallo, UFF

"Aqui é a raiz de tudo": representações contemporâneas do sítio arqueológico Cais do Valongo e suas tensões

Lundi 11 mars 2024, de 16h30 à 18h30 (heure de Paris)

Format hybride
EHESS, Campus Condorcet, salle A 402
2 Cours des Humanités, Aubervilliers

Séminaire en partenariat avec la Fondation Maison des Sciences de l’Homme coordonné par Claudia Damasceno, Vivian Braga dos Santos et Mônica Raisa Schpun.

Essa apresentação se inspira na noção de cronotopo, de Mikhail Bakhtine, e sugere o cronotopo do cais para pensar as representações do sítio arqueológico Cais do Valongo, no Rio de Janeiro. O cais foi desenterrado em 2011, durante as obras de revitalização da região portuária, e simboliza o maior porto de chegada de africanos escravizados em todo o Brasil. Foi reconhecido pela UNESCO em 2017 como um sítio de memória sensível, um local que testemunhou um dos maiores crimes contra a humanidade que foi a escravização e o tráfico transatlântico de africanos. No entanto, o cais se encontra num local que, ao menos desde os anos 1980, é revindicado pelas lideranças negras contemporâneas como um território negro, a Pequena África. Em diálogo com o dossiê Traites esclavagistes et mémoire culturelle (Ethnologie française, T. 50, nº 1, 2020, organizado por Gaetano Ciarcia) e partindo do cronotopo do cais, procuro refletir sobre as releituras do sítio arqueológico para algumas dessas lideranças e as tensões entre um discurso universalizante, promovido pela UNESCO, e os sentidos locais.
 

Inscription obligatoire auprès de
monica-raisa.schpun@ehess.fr

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